"A verdade é deste mundo; ela é produzida nele graças a múltiplas coerções e nele produz efeitos regulamentados de poder. Cada sociedade tem seu regime de verdade, sua 'política geral' de verdade: isto é, os tipos de discurso que ela acolhe e faz funcionar como verdadeiros; os mecanismos e as instâncias que permitem distinguir os enunciados verdadeiros dos falsos, a maneira como se sanciona uns e outros; as técnicas e os procedimentos que são valorizados para a obtenção de verdade; o estatuto daqueles que têm o encargo de dizer o que funciona como verdadeiro "
M. Foucault em : Microfísica do Poder; Verdade e Poder
Mais que na reflexão de sociedade, na Verdade e Poder ditada por Foucault, podemos interiorizar individualmente essa "formula", alterando a palavra 'sociedade' por 'cada um de nós'. O auto conhecimento da verdade em si como cidadão, como ser, é fundamental perante ao entendimento do poder que se tem por si só, logo mais adiante em conjunto com a massa, onde os contrapontos serão ínfimos, e as afinidades tenderão a caminhar pelo bem comum e geral, a progressão individual e em conjunto acontecerá simultaneamente. Verdade e Poder, tem que ter causa, razão e entendimento em cada um, onde cada ser integrante da sociedade, é a extensão do seu próximo.
Implementos necessários.
Artur César
09/10/2013
O Pêndulo Schopenhaueriano
A vida entre a dor e o Tédio
"Vimos na natureza destituída de conhecimento que a essência íntima dela é um esforço interminável, sem fim, sem repouso, o que nos aparece muito mais distintamente na consideração do animal e do homem. Querer e esforçar-se são sua única essência, comparável a uma sede insaciável. A base de todo querer, entretanto, é a necessidade, carência, logo, sofrimento, ao qual consequentemente o homem está destinado originalmente pelo seu ser. Quando lhe falta o objeto do querer, retirado pela rápida e fácil satisfação, assaltam-lhe vazio e tédio aterradores, isto é, seu ser e sua própria existência se tornam um fardo insuportável. Sua vida, portanto, oscila como um pêndulo, para aqui e para acolá, entre dor e o tédio, os quais em realidade são seus componentes básicos. Isso também foi exposto de maneira bastante singular quando se disse que, após o homem ter posto todo sofrimento e tormento no inferno, nada restou para o céu senão o tédio."
Arthur Schopenhauer, em : O Mundo Como Vontade e Representação
Surge a ideia do "pêndulo", a vida humana é um pêndulo entre o desejo, o sofrimento e o tédio.
Implementos da existência
Alice e o Gato de Cheshire
"- Poderia dizer-me, por favor, que caminho hei-de tomar para sair daqui?
- Isso depende de onde queres chegar! - Disse o Gato.
- Não interessa muito para onde vou... - retorquiu Alice.
- Nesse caso, pouco importa o caminho que você escolha - interpôs o Gato.
- Desde que chegue a algum lado! -Acrescentou Alice, fazendo não se importar muito com a explicação!"
Alice no País das Maravilhas - Lewis Carroll
Poema De Amor À Maneira Pré-Socrática
Alguns dos meus achados e postados aqui nesse blog, que embora empoeirado, ainda não foi esquecido, vem das matérias que leio das minhas muitas revistas de filosofia, o poema que posto, foi publicado em uma matéria como titulo de: A fronteira comum entre Filosofia e Poesia; por Jorge Luis Gutiérrez.
Achei sensacional o poema, e decidi postar, para colaborar com curiosos, e amantes de filosofia e poesia como eu!
Poema De Amor À Maneira Pré-Socrática
Neste instante
diante do brilho do sol
e diante da suave
doçura da luz
que declina sobre o
cosmo,
dou-me conta
que tu és
minha água,
meu ar,
meu fogo,
minha terra.
Que és
infinita e persistente.
Imperecível,
perene,
inextinguível,
pertinaz,
inesgotável.
Em ti me encontro
e me diluo.
em ti me reúno
e me dissolvo.
E te amo
quando te moves
e quando não te moves.
Quando mudas
e quando não mudas.
Pois és o Princípio:
amoroso e erótico.
És a Causa:
primordial e sublime.
És Sedução ilimitada:
harmonia perfeita
da forma e do limite.
Concórdia consumada:
da beleza e da linha.
És fogo
que nunca se extingue:
que me queima e me
excita,
consome-me e me
alimenta.
És a impossibilidade
lógica do não-ser:
pois és.
E sendo existes
e existindo vives,
e vivendo és vida
e sendo vida és
duração...
E permaneces no
infinito:
de nada careces.
Nada te falta:
és a plenitude do ser.
E sob o ardente sol
eu tento compreender
a infinidade de tua
figura.
Tento entender
como a forma e o
encanto
se uniram em teu corpo.
E depois percebo
somente
tua materialidade.
Teu existir,
evidente, sensitivo,
visível, notório,
patente, indubitável.
E te vejo:
estás ali,
estás no lugar
que ocupas.
Estás no espaço de teu
ser.
E teu lugar é teu luga.
E nada te sobra
e nada te falta:
estás ali
plena e suficiente.
Estás no espaço
e no tempo.
E és matéria desejada.
Substância cobiçada.
E amo
os detalhes de tua
natureza
e a realidade de teu
prevalecer.
Amo tua alma:
plena e contingente.
Amo quando passas
de potência ao ato.
Da sensibilidade
à supra-sensibilidade.
E amo quando
posso percorrer
em tempos finitos
tua compleição infinita.
Amo quando me
revelas teu ser
e eu sei que és.
Amo quando és
suficiente.
Quando não me faltas,
quando és,
quando não és ausência,
quando és plenitude.
Quando tua presença
me basta.
Quando não és
escassez,
nem vácuo.
Quando sou feliz
somente
porque sei que existes,
e tão só porque existes.
Te amo
quando nada me é
escasso
neste universo
porque tu estás aqui.
E parece que no mundo
não há nada mais que
tu:
porque transbordas
e és profusão
caudalosa.
Então penso
que no principio eras
água,
eras água de chuva,
água de uma lágrima,
água de um beijo,
água de um desejo,
água na cálida
umidade de teu corpo:
umidade primordial,
fundamental,
essencial,
inata,
primária.
Eras água...
singela água
na gênese de teu ser.
E então
penso no ar
mexendo teu cabelo
e induzo que és ar...
vento que vai e que vem.
Espírito desta terra
ensolarada e generosa.
És turbilhão que atinge
minha alma
e me infunde prazer,
és sopro essencial,
alimento saboroso.
E depois penso que és
Sol:
que és chama,
destelho e esplendor.
E te amo quando o sol
se detém em
tua pele.
Amo ver-te sob o céu
na sideral calma
de um meio-dia
Te amo quando
entregas
o fulgor de teu olhar
e deixas em minha alma
o gostoso sabor da
vida.
E a teu lado sou grato.
Sob tua luminosidade
me encho de gratidão,
e me abro à suave
e à fraternal lucidez
da simplicidade
da tarde,
caindo benévola
sobre teu sorriso,
pelas ruas
de uma cidade
farta de vida.
Fragmentos de Ternura, Filosofia e Desterro, de Jorge Luís Gutiérrez
Achei sensacional o poema, e decidi postar, para colaborar com curiosos, e amantes de filosofia e poesia como eu!
Poema De Amor À Maneira Pré-Socrática
Neste instante
diante do brilho do sol
e diante da suave
doçura da luz
que declina sobre o
cosmo,
dou-me conta
que tu és
minha água,
meu ar,
meu fogo,
minha terra.
Que és
infinita e persistente.
Imperecível,
perene,
inextinguível,
pertinaz,
inesgotável.
Em ti me encontro
e me diluo.
em ti me reúno
e me dissolvo.
E te amo
quando te moves
e quando não te moves.
Quando mudas
e quando não mudas.
Pois és o Princípio:
amoroso e erótico.
És a Causa:
primordial e sublime.
És Sedução ilimitada:
harmonia perfeita
da forma e do limite.
Concórdia consumada:
da beleza e da linha.
És fogo
que nunca se extingue:
que me queima e me
excita,
consome-me e me
alimenta.
És a impossibilidade
lógica do não-ser:
pois és.
E sendo existes
e existindo vives,
e vivendo és vida
e sendo vida és
duração...
E permaneces no
infinito:
de nada careces.
Nada te falta:
és a plenitude do ser.
E sob o ardente sol
eu tento compreender
a infinidade de tua
figura.
Tento entender
como a forma e o
encanto
se uniram em teu corpo.
E depois percebo
somente
tua materialidade.
Teu existir,
evidente, sensitivo,
visível, notório,
patente, indubitável.
E te vejo:
estás ali,
estás no lugar
que ocupas.
Estás no espaço de teu
ser.
E teu lugar é teu luga.
E nada te sobra
e nada te falta:
estás ali
plena e suficiente.
Estás no espaço
e no tempo.
E és matéria desejada.
Substância cobiçada.
E amo
os detalhes de tua
natureza
e a realidade de teu
prevalecer.
Amo tua alma:
plena e contingente.
Amo quando passas
de potência ao ato.
Da sensibilidade
à supra-sensibilidade.
E amo quando
posso percorrer
em tempos finitos
tua compleição infinita.
Amo quando me
revelas teu ser
e eu sei que és.
Amo quando és
suficiente.
Quando não me faltas,
quando és,
quando não és ausência,
quando és plenitude.
Quando tua presença
me basta.
Quando não és
escassez,
nem vácuo.
Quando sou feliz
somente
porque sei que existes,
e tão só porque existes.
Te amo
quando nada me é
escasso
neste universo
porque tu estás aqui.
E parece que no mundo
não há nada mais que
tu:
porque transbordas
e és profusão
caudalosa.
Então penso
que no principio eras
água,
eras água de chuva,
água de uma lágrima,
água de um beijo,
água de um desejo,
água na cálida
umidade de teu corpo:
umidade primordial,
fundamental,
essencial,
inata,
primária.
Eras água...
singela água
na gênese de teu ser.
E então
penso no ar
mexendo teu cabelo
e induzo que és ar...
vento que vai e que vem.
Espírito desta terra
ensolarada e generosa.
És turbilhão que atinge
minha alma
e me infunde prazer,
és sopro essencial,
alimento saboroso.
E depois penso que és
Sol:
que és chama,
destelho e esplendor.
E te amo quando o sol
se detém em
tua pele.
Amo ver-te sob o céu
na sideral calma
de um meio-dia
Te amo quando
entregas
o fulgor de teu olhar
e deixas em minha alma
o gostoso sabor da
vida.
E a teu lado sou grato.
Sob tua luminosidade
me encho de gratidão,
e me abro à suave
e à fraternal lucidez
da simplicidade
da tarde,
caindo benévola
sobre teu sorriso,
pelas ruas
de uma cidade
farta de vida.
Fragmentos de Ternura, Filosofia e Desterro, de Jorge Luís Gutiérrez
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