Correspondências
A Natureza é um templo onde vivos pilares
Deixam sair às vezes palavras confusas:
Por florestas de símbolos, lã o homem cruza
Observando por olhos ali familiares.
Tal longos ecos longe lá se confundem
Dentro de tenebrosa e profunda unidade
Imensa como a noite e como a claridade,
Os perfumes, as cores e os sons se transfundem.
Perfumes de frescor tal a carne de infames,
Doces como o oboé, verdes igual ao prado,
-Mais outros, corrompidos, ricos, triunfantes,
Possuindo a expansão de um algo inacabado,
Tal como âmbar, almíscar, benjoim e incenso,
Que cantam o enlevar dos sentidos e o senso.
Correspondences
La Nature est un temple où de vivants piliers
Laissent parfois sortir de confuses paroles;
L'homme y passe à travers des forêts de symboles
Qui l'observent avec des regards familiers.
Comme de longs échos qui de loin se confondent
Dans une ténébreuse et pronfunde unité,
Vast comme la nuit et comme la clarté,
Les parfums, les couleurs et les sons se répondent.
Il est des parfums frais comme des chairs d'enfants,
Doux comme les hautbois, verts comme les prairies,
-Et d'autres, corrompus, riches et triomphants,
Ayant l'expansion des choses infinies,
Comme l'ambre, le musc, le benjoin et l'encens,
Qui Chantet le transport de l'esprit et des sens.
Charles Baudelaire
3 comentários:
Hummm, vc gosta dos "poetas malditos" , ou apenas deste? ....
flerto bem com os "malditos"!
ps: por onde vc anda Muriel?
Que excelente poema,moço! Vc tem postangens que enriquecem. ;)
Flerte poético com os malditos? hummm. Bem peculiar. E,logicamente, parece ser realmente o seu estilo. srsrs =)
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